
A 10 dias para o início dos Jogos Olímpicos de Pequim-2008, a maior delegação brasileira na história das Olimpíadas – 277 atletas classificados – aos poucos começa a chegar na capital chinesa para representar o Brasil. Eis que surge uma pergunta. Além dos equipamentos eletrônicos e outros diversos produtos (muitos pirateados), o que mais a delegação brasileira pode trazer na bagagem?
Em primeiro lugar devemos ser realistas e não nos iludirmos, pois não temos a menor chance de disputar os primeiros lugares no quadro de medalhas com superpotências do esporte como os Estados Unidos, China e Rússia. Se o Brasil é um país “continental” igual aos outros três que citei, porque então não conquistamos muitas medalhas nas Olimpíadas? Simples, faltam investimentos. Nossos políticos ainda têm o pensamento “pequeno” de só repassar recursos para áreas que, segundo o pensamento deles, tragam um retorno em votos.
Por falta de investimentos por parte do governo, considero que existem dois tipos de atletas no Brasil. Os que conseguem um bom patrocínio para poder viver do esporte (e esses são minoria). E os “super-heróis”, que superam todos os contratempos (falta de infra-estrutura, de dinheiro para se sustentar, bancar uma comissão técnica e custear viagens para competir) e mesmo assim conseguem superar os limites do corpo e se classificar para competições importantes, como as Olimpíadas.
Mas vamos deixar para falar da falta de investimentos no esporte em outro momento. Agora prefiro apenas fazer uma previsão do que podemos esperar de medalhas em Pequim.
Acredito que o “carro chefe” do Brasil continua sendo o vôlei. Tanto nas quadras quanto nas areias, temos grandes chances de conquistar medalhas. No vôlei de praia feminino, Juliana/Larissa (CE/PA) e Renata/Talita (RJ/MS) devem representar bem o Brasil. Apostaria na medalha de prata para Juliana e Larissa. Se o ouro vier não será surpresa, mas devido à recente contusão no joelho da cearense e ao jogo quase que impecável das norte-americanas Walsh e May seria mais provável que o lugar mais alto do pódio fique mesmo com os EUA.
No masculino, Ricardo e Emanuel (BA/PR) continuam sendo os favoritos. Com tanta experiência e títulos no currículo aposto na medalha de ouro para a dupla brasileira. Márcio e Fábio Luiz (CE/ES), os outros brasileiros classificados não fazem uma boa temporada, mas podem surpreender, pois têm a experiência de dois recentes vice-campeonatos mundiais (2005/06).
Nas quadras aposto em duas medalhas tanto no feminino quanto no masculino. Depois de fracassar em importantes competições (a última no Pan do Rio em 2007), as meninas do Brasil parecem ter superados os traumas ao conquistarem no início de julho, o título do Grand Prix. Com certeza esse título dará “moral” ao time do técnico Zé Roberto, que entra como um dos favoritos à medalha de ouro ao lado da Itália, China e Cuba.
No último fim de semana, o vôlei masculino do Brasil surpreendeu, desta vez negativamente, e depois de 10 anos ficou de fora de um pódio. O 4º lugar na Liga Mundial não tira o favoritismo do Brasil, apenas demonstra aos adversários que o time do técnico Bernardino (que conquistou 21 dos 27 títulos disputados) não é imbatível. Aposto em duas medalhas nas quadras para o Brasil, mas devido ao alto nível dos adversários, não me arrisco a prever qual medalha. Esperamos e torcemos pelo ouro.
Na natação, outro esporte que sempre costuma trazer medalhas, chamo atenção para dois atletas. Thiago Pereira (classificado para sete modalidades) e César Cielo (quatro modalidades) são as duas principais esperanças brasileiras de medalha em Pequim. E deve vir “quebra” de recorde mundial por aí.
No atletismo temos poucas chances. As maiores são no revezamento 4x100 masculino, no salto com vara feminino (Fabiana Murer disputará a prata ou bronze, pois o ouro já é da russa Yelena Isinbayeva, que a cada dia quebra o recorde mundial) e no salto triplo com Jadel Gregório, que possui o recorde sul-americano e está entre os cinco melhores no ranking mundial. Não será surpresa se conquistarmos alguma medalha na maratona com Marilson Gomes dos Santos ou com Franck Caldeira.
O judô, outro esporte que tradicionalmente garante medalhas ao Brasil terá três campeões mundiais com muita vontade de representar bem o país. João Derly, Tiago Camilo e Luciano Corrêa viajam com a esperança de manter em Pequim a tradição brasileira de medalhas olímpicas.
Outra arte marcial que pode render uma medalha ao Brasil é o taekwondo. Com bons resultados nas últimas competições internacionais, a atleta, Natalia Falavigna deverá marcar presença no pódio em Pequim.
No iatismo, o bicampeão olímpico (Atlanta/1996 e Atenas/2004) Robert Scheidt terá um novo desafio em Pequim. O atleta que competia na classe laser e optou para mudar de categoria (star), não dependerá só de seus próprios méritos. Ao lado do proeiro Bruno Prada, Scheidt segue como um dos favoritos a uma medalha olímpica ao lado de países como Nova Zelândia, França, Polônia, Estados Unidos, Suíça, Inglaterra e Suécia.
No futebol, o Brasil também brigará por duas medalhas. A seleção feminina deverá disputar contra as favoritas norte-americanas o ouro na final. No masculino, acredito que o maior adversário do Brasil será “o peso de nunca ter conquistado um ouro olímpico”. Mas se os jogadores souberem jogar, um jogo de cada vez e mantiverem o foco acredito que temos, sim, chances de finalmente brilhar, no esporte mais tradicional do nosso país.
Outro esporte no qual o Brasil promete brigar por medalhas na China, é a ginástica olímpica. O atual campeão mundial, Diego Hypólito, segue como favorito ao ouro no solo. No feminino, Daiane dos Santos, Daniela Hypolito, Jade Barbosa e Laís Souza também prometem dar muito trabalho para as adversárias na China.
Para finalizar, outras modalidades que podem trazer medalhas ao Brasil, muito mais pela experiência e currículo dos atletas do que por outros fatores, é o tênis de mesa com Hugo Hoyama, e o hipismo com Rodrigo Pessoa.
Apesar das dificuldades acredito que o Brasil tem tudo para realizar em Pequim sua melhor campanha olímpica da história. Acredito que podemos e deveremos superar a melhor colocação verde e amarela que foi em Atenas (2004) quando ficamos em 16° lugar, com cinco medalhas de ouro, duas de prata e três de bronze, totalizando 10 medalhas.
Em primeiro lugar devemos ser realistas e não nos iludirmos, pois não temos a menor chance de disputar os primeiros lugares no quadro de medalhas com superpotências do esporte como os Estados Unidos, China e Rússia. Se o Brasil é um país “continental” igual aos outros três que citei, porque então não conquistamos muitas medalhas nas Olimpíadas? Simples, faltam investimentos. Nossos políticos ainda têm o pensamento “pequeno” de só repassar recursos para áreas que, segundo o pensamento deles, tragam um retorno em votos.
Por falta de investimentos por parte do governo, considero que existem dois tipos de atletas no Brasil. Os que conseguem um bom patrocínio para poder viver do esporte (e esses são minoria). E os “super-heróis”, que superam todos os contratempos (falta de infra-estrutura, de dinheiro para se sustentar, bancar uma comissão técnica e custear viagens para competir) e mesmo assim conseguem superar os limites do corpo e se classificar para competições importantes, como as Olimpíadas.
Mas vamos deixar para falar da falta de investimentos no esporte em outro momento. Agora prefiro apenas fazer uma previsão do que podemos esperar de medalhas em Pequim.
Acredito que o “carro chefe” do Brasil continua sendo o vôlei. Tanto nas quadras quanto nas areias, temos grandes chances de conquistar medalhas. No vôlei de praia feminino, Juliana/Larissa (CE/PA) e Renata/Talita (RJ/MS) devem representar bem o Brasil. Apostaria na medalha de prata para Juliana e Larissa. Se o ouro vier não será surpresa, mas devido à recente contusão no joelho da cearense e ao jogo quase que impecável das norte-americanas Walsh e May seria mais provável que o lugar mais alto do pódio fique mesmo com os EUA.
No masculino, Ricardo e Emanuel (BA/PR) continuam sendo os favoritos. Com tanta experiência e títulos no currículo aposto na medalha de ouro para a dupla brasileira. Márcio e Fábio Luiz (CE/ES), os outros brasileiros classificados não fazem uma boa temporada, mas podem surpreender, pois têm a experiência de dois recentes vice-campeonatos mundiais (2005/06).
Nas quadras aposto em duas medalhas tanto no feminino quanto no masculino. Depois de fracassar em importantes competições (a última no Pan do Rio em 2007), as meninas do Brasil parecem ter superados os traumas ao conquistarem no início de julho, o título do Grand Prix. Com certeza esse título dará “moral” ao time do técnico Zé Roberto, que entra como um dos favoritos à medalha de ouro ao lado da Itália, China e Cuba.
No último fim de semana, o vôlei masculino do Brasil surpreendeu, desta vez negativamente, e depois de 10 anos ficou de fora de um pódio. O 4º lugar na Liga Mundial não tira o favoritismo do Brasil, apenas demonstra aos adversários que o time do técnico Bernardino (que conquistou 21 dos 27 títulos disputados) não é imbatível. Aposto em duas medalhas nas quadras para o Brasil, mas devido ao alto nível dos adversários, não me arrisco a prever qual medalha. Esperamos e torcemos pelo ouro.
Na natação, outro esporte que sempre costuma trazer medalhas, chamo atenção para dois atletas. Thiago Pereira (classificado para sete modalidades) e César Cielo (quatro modalidades) são as duas principais esperanças brasileiras de medalha em Pequim. E deve vir “quebra” de recorde mundial por aí.
No atletismo temos poucas chances. As maiores são no revezamento 4x100 masculino, no salto com vara feminino (Fabiana Murer disputará a prata ou bronze, pois o ouro já é da russa Yelena Isinbayeva, que a cada dia quebra o recorde mundial) e no salto triplo com Jadel Gregório, que possui o recorde sul-americano e está entre os cinco melhores no ranking mundial. Não será surpresa se conquistarmos alguma medalha na maratona com Marilson Gomes dos Santos ou com Franck Caldeira.
O judô, outro esporte que tradicionalmente garante medalhas ao Brasil terá três campeões mundiais com muita vontade de representar bem o país. João Derly, Tiago Camilo e Luciano Corrêa viajam com a esperança de manter em Pequim a tradição brasileira de medalhas olímpicas.
Outra arte marcial que pode render uma medalha ao Brasil é o taekwondo. Com bons resultados nas últimas competições internacionais, a atleta, Natalia Falavigna deverá marcar presença no pódio em Pequim.
No iatismo, o bicampeão olímpico (Atlanta/1996 e Atenas/2004) Robert Scheidt terá um novo desafio em Pequim. O atleta que competia na classe laser e optou para mudar de categoria (star), não dependerá só de seus próprios méritos. Ao lado do proeiro Bruno Prada, Scheidt segue como um dos favoritos a uma medalha olímpica ao lado de países como Nova Zelândia, França, Polônia, Estados Unidos, Suíça, Inglaterra e Suécia.
No futebol, o Brasil também brigará por duas medalhas. A seleção feminina deverá disputar contra as favoritas norte-americanas o ouro na final. No masculino, acredito que o maior adversário do Brasil será “o peso de nunca ter conquistado um ouro olímpico”. Mas se os jogadores souberem jogar, um jogo de cada vez e mantiverem o foco acredito que temos, sim, chances de finalmente brilhar, no esporte mais tradicional do nosso país.
Outro esporte no qual o Brasil promete brigar por medalhas na China, é a ginástica olímpica. O atual campeão mundial, Diego Hypólito, segue como favorito ao ouro no solo. No feminino, Daiane dos Santos, Daniela Hypolito, Jade Barbosa e Laís Souza também prometem dar muito trabalho para as adversárias na China.
Para finalizar, outras modalidades que podem trazer medalhas ao Brasil, muito mais pela experiência e currículo dos atletas do que por outros fatores, é o tênis de mesa com Hugo Hoyama, e o hipismo com Rodrigo Pessoa.
Apesar das dificuldades acredito que o Brasil tem tudo para realizar em Pequim sua melhor campanha olímpica da história. Acredito que podemos e deveremos superar a melhor colocação verde e amarela que foi em Atenas (2004) quando ficamos em 16° lugar, com cinco medalhas de ouro, duas de prata e três de bronze, totalizando 10 medalhas.
Um comentário:
Não li a matéria ainda, mas o título ficou bom!
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